quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Doce Melodia

Ásperas como o som
elas mostram a melodia.
O toque com ar
friamente fervoroso,
faz a onda vibrar
num imenso mar de flores.

O canto dos girassóis
carrega o verde do amor.
O nada cria asas
que o fazem voar.

Não aceita mais a dor
por focar-se no amor.

Finas como o som
elas mostram a melodia.
Na brisa se acalmam
afastando a melancolia.

Esse é o meu amor,
essa é a minha paixão.
Num corpo tão perfeito
me afasta da dolência.

Angustiante é não poder
meu amor agradecer
por faltar perseverança
nessa pequena criança.

Eterna aprendiz da existência,
me encontro na demência.
Viajo em harmonia,
me completo a cada dia.

Meus ouvidos escutam flores
que não se cansam de mim.
Me fazem uma serenata de amores
que cura quaisquer dores.
O nada se eterniza
tornando belo o abstrato.

Me perco, me encontro.
Me encanto!

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Interrogação

Pessoas inflexíveis que migram de local para outro, mas se fixam em um só pensamento. A minoria que usa da ética para o bem. Mesmo meio a tanto pleonasmo, o fim é falho.

O reino animal é muito diverso. A lagarta sofre metamorfose, muda de aparência e se torna borboleta. O ser humano cresce, muda de aparência, mas continua a ser meramente humano. Semelhante e diferente; estranho e normal.

Crer na mudança não passa de ter vontade de vê-la. Na prática, só alimenta uma falsa esperança, porque fé sem atitude gera mais fé; mas fé com o compromisso de realizar um desejo a qualquer custo, gera a responsabilidade de atuar.

Prosseguir no ato, em alguns casos, mostra garra, mas em outros, cegueira.

Mergulhe nos mais profundos sonhos, incorpore os mais desejados sentimentos, mas não perca nunca noção de si. O espelho reflete uma ilusão utópica e mentirosa, assim como exagerada. O sábio enxerga além do que é visto; escuta além do que é dito; reconhece em si os erros apontados nos outros.

Sábio és tu! Sabedoria tens tu! Dignidade cultivas tu! Basta olhar-te no espelho e pensar nas entrelinhas de um livro.

Que ironia! Olhar um tolo e chamar de sábio. Que mentira! Pensar em um qualquer, como essencial. Que perda de tempo! Ler essas palavras e tentar refletir. Que ironia! Que ironia!

Machado de Assis voando deixa qualquer um louco. Eu ainda persisto em me entender.